Os gliomas que acometem o tronco encefálico correspondem a 2.4% dos tumores cerebrais dos adultos e 10% dos tumores cerebrais em crianças. Podem ser classificados como gliomas intrínsecos e difusos da ponte, do técto do mesencéfalo e da junção cervicomedular, tendo este último melhor prognóstico. Déficit de nervos cranianos associado à lesão de vias longas é o principal achado clínico. A ressecção cirúrgica é indicada para os tumores da junção cérvico-medular, tumores exofíticos que protruem para dentro do IV ventrículo, tumores císticos, tumores com margem bem delimitadas pelo contraste na RNM e tumores de crescimento lento que sugiram lesões de baixo grau de malignidade. Por outro lado, o diagnóstico de um tumor difuso da ponte geralmente é feito somente com RNM, não necessitando biópsia cirúrgica e tendo ressecção cirúrgica contraindicada. Radioterapia focal pode estabilizar estes tumores, mas o prognóstico é ruim. No caso de hidrocefalia, derivação ventrículo-peritoneal deve ser considerada. Manejo por equipe disciplinar coordenada ou com participação ativa do oncologista e do neurocirurgião é imperativo nestes casos.
