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O risco de radiocirurgia como tratamento primário para tumores supostamente benignos da base do crânio

 

A radiocirurgia estereotáxica (SRS) desponta como uma alternativa promissora no tratamento de tumores benignos da base do crânio, oferecendo uma abordagem menos invasiva em comparação à cirurgia convencional. No entanto, é fundamental ponderar os riscos inerentes a essa técnica, incluindo a possibilidade de necrose por radiação e, em casos raros, a transformação maligna do tumor. Adicionalmente, a realização da SRS sem um diagnóstico histológico prévio pode acarretar complicações.

A SRS tem se mostrado eficaz no controle do crescimento da maioria dos meningeomas pequenos localizados na base do crânio. Contudo, a neuropatia do trigêmeo, um nervo craniano responsável pela sensibilidade facial, pode surgir como efeito colateral em doses superiores a 19 Gy (Gray, unidade de medida da dose de radiação). Em contrapartida, o nervo óptico demonstra maior tolerância, suportando doses acima de 10 Gy. É importante ressaltar que a morbidade associada à SRS em meningeomas benignos de grande volume (>10 cm³) é mais acentuada em tumores supratentoriais do que naqueles situados na base do crânio.

No caso dos schwanomas vestibulares (SV) de pequeno porte, a SRS tem alcançado taxas de controle tumoral superiores a 90% em um período de 10 anos. Entretanto, estudos anteriores não consideraram a história natural desses tumores, ou seja, a evolução da doença sem intervenção terapêutica. Além disso, a preservação da audição, inicialmente considerada um benefício da SRS, tem sido questionada, pois um número significativo de pacientes com SV submetidos ao procedimento apresentou perda auditiva em acompanhamentos de longo prazo.

Em suma, a radiocirurgia estereotáxica representa um avanço no tratamento de tumores benignos da base do crânio, mas sua aplicação requer uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios, considerando as características individuais de cada paciente e a natureza do tumor.

O risco de radiocirurgia como tratamento primário para tumores supostamente benignos da base do crânio