Um aneurisma cerebral é uma dilatação anormal de uma artéria no cérebro, causada pela fragilidade em parte da parede arterial. Essa área enfraquecida pode se expandir e, em casos graves, romper, provocando uma hemorragia intracraniana. Os fatores que contribuem para o surgimento de um aneurisma podem incluir hipertensão arterial, lesões traumáticas e algumas infecções. Como muitas condições neurológicas, o aneurisma cerebral costuma ser assintomático até alcançar estágios avançados, tornando fundamental a realização de exames preventivos, especialmente para indivíduos com histórico familiar.
Quando diagnosticado em estágio inicial, o aneurisma geralmente apresenta menor dilatação, podendo ser tratado sem cirurgia, dependendo de sua localização e do diâmetro. No entanto, aneurismas maiores (com diâmetro superior a 8 mm) são mais propensos ao rompimento, podendo requerer intervenção cirúrgica. Há dois métodos principais para o tratamento cirúrgico: a clipagem, que envolve um procedimento aberto, e a técnica endovascular, minimamente invasiva. A decisão sobre a necessidade e o tipo de cirurgia é feita por um neurocirurgião com base em exames detalhados, e cabe ao paciente, informado sobre os riscos e benefícios, decidir pelo procedimento.
Em muitos casos, os sintomas de um aneurisma cerebral surgem apenas quando ocorre o rompimento, provocando uma dor de cabeça intensa, conhecida como “a pior dor de cabeça da vida”. Outros sintomas comuns nessa situação incluem náuseas, vômitos, desmaios, convulsões e rigidez na nuca. Em casos onde o aneurisma não rompe, ele ainda pode gerar sintomas ao comprimir estruturas próximas, como o nervo óptico, causando perda de visão ou paralisia de alguns nervos. Pode ocorrer também a cefaleia sentinela, caracterizada por dores de cabeça intensas e recorrentes, que indicam um risco iminente de ruptura.
Alguns aneurismas podem se manter estáveis e não crescer, permitindo que a pessoa viva sem sintomas. Em outros casos, aneurismas menores (com menos de 8 mm de diâmetro) devem ser acompanhados por exames periódicos para monitorar seu desenvolvimento. Quando assintomático, recomenda-se atenção a sinais como:
Dor de cabeça súbita e intensa,
Perda repentina de consciência,
Rigidez na nuca,
Visão dupla ou embaçada,
Dor aguda ao redor dos olhos,
Tontura e dificuldade para andar,
Fraqueza ou alterações sensoriais,
Sensibilidade à luz,
Convulsões, e
Pálpebra caída.
A ausência de sintomas dificulta o diagnóstico precoce de um aneurisma, pois ele é frequentemente identificado apenas após a ruptura ou durante exames de imagem realizados por outros motivos, como investigação de traumas ou sinusite. Pacientes com histórico familiar devem procurar acompanhamento médico periódico para possibilitar um diagnóstico precoce.
A tomografia de crânio é o exame inicial para suspeitas de aneurisma rompido, pois ajuda a identificar hemorragias. Se a tomografia computadorizada não detectar alterações, mas a suspeita continuar, uma punção lombar pode ser feita para verificar a presença de sangue no líquido cefalorraquidiano. Outro exame determinante é a angiografia cerebral, que permite uma análise detalhada das artérias cerebrais, sendo considerado o padrão-ouro para o diagnóstico de aneurisma.
Para familiares de pacientes com histórico de aneurisma, recomenda-se a realização de exames como ressonância magnética e angioressonância para monitoramento dos vasos cerebrais.
O tratamento do aneurisma cerebral pode ser realizado por cirurgia de clipagem (aberta) ou por intervenção endovascular (minimamente invasiva). O método de escolha depende de vários fatores, como idade, condição de saúde do paciente, localização e tamanho do aneurisma. O neurocirurgião avaliará esses aspectos junto a sua equipe e, uma vez recomendada a cirurgia, o paciente tem a palavra final.
A clipagem é realizada por microcirurgia aberta, na qual o neurocirurgião acessa o aneurisma através do crânio e coloca um clipe na base da dilatação para interromper o fluxo de sangue, prevenindo assim o aumento da dilatação e o risco de ruptura. Já na técnica endovascular, um cateter é inserido pela artéria femoral e direcionado até o aneurisma, onde uma pequena mola metálica ajuda a formar um coágulo que impede o sangramento e protege o aneurisma.
O tratamento é considerado uma urgência em casos de ruptura. Quando o aneurisma é detectado antes de se romper, o paciente recebe orientações sobre os riscos de manter o aneurisma e os benefícios da cirurgia. Embora o controle da pressão arterial e a adoção de um estilo de vida saudável possam ajudar, não há medicação específica para interromper o crescimento do aneurisma. A decisão sobre o tratamento cirúrgico, quando indicada, geralmente oferece riscos menores do que conviver com a condição sem intervenção, uma vez que o risco de ruptura aumenta com o tempo.
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